10 de dez. de 2012
Veleiro
2 de dez. de 2012
Agora
Caio Fernando Abreu. Carta a Vera Antoun
13 de nov. de 2012
Hoya Shepherdii
22 de out. de 2012
Solidão
como sem ti estás, que solitário,
que distante, sempre, de ti mesmo!
Aberto em mil feridas, cada instante,
qual minha fronte,
tuas ondas, como os meus pensamentos,
vão e vêm, vão e vêm,
beijando-se, afastando-se,
num eterno conhecer-se,
mar, e desconhecer-se.
És tu e não o sabes,
pulsa-te o coração e não o sente...
Que plenitude de solidão, mar solitário!
Juan Ramón Jiménez
16 de out. de 2012
Dos conselhos
12 de out. de 2012
20 de set. de 2012
Movimento
16 de set. de 2012
Vulnerabilidade
- Mas não é todo mundo que expõe isso. Não é todo mundo que sabe que as tem.
- Todo mundo é vulnerável.
- É que tem gente que esconde isso a todo custo.
- E descobrir a vulnerabilidade das pessoas é legal?
- É humano. É o "de verdade". O resto são sorrisos automáticos e fotos felizes nos murais.
- Dig in deeper.
- For sure.
12 de set. de 2012
8 de ago. de 2012
Nossa virtude não é amar
A Física nos ensina que dentre os infinitos caminhos que a luz pode seguir de um ponto A até um ponto B, a danada escolhe aquele em que ela leva o menor tempo entre esses mesmos pontos, A e B. É o Princípio da mínima ação. Como a luz, na sua preguiçosa e sossegada escolha, muitos de nós seguimos trajetórias pré-determinas pelo indivíduo sociedade. Sedados, tradicionalmente, seguimos. Neste caso, seria o Princípio da máxima acomodação, que nos dá o homem ideal, adaptável, que num mimetismo reproduz costumes e tradições, buscando a ilusória estabilidade. E, claro, vem os filhos, o mais novo objeto de aquisição, herdeiros de nossos legados e também de nossas decepções. Filhos podem ser a renovação, mas também podem ser expectativas desleais. O cinema não nos deixa mentir. A vida não nos deixa enganar. Ou, eles, os filhos, sejam réplicas idênticas (um crime!) ou haja saliva e sessões num divã para convencê-los das idiossincrasias familiares, como se eles, os pais, fossem os guardiões da maralidade. Não quero dizer que quem escolha uma vida em família não seja feliz. O que vejo é apenas um despreparo, grande, nosso. Não nos unimos como complementos, mas como soluções. Um para o outro. E no outro, nós não moramos.
3 de ago. de 2012
Das certezas duvidosas
Briza Mulatinho
18 de jul. de 2012
Assassinato
17 de jul. de 2012
Abraço
8 de jul. de 2012
14 de jun. de 2012
Nosso mistério
13 de jun. de 2012
Poema em V
às vezes da vida
o sopro pouco
da vida leva um
vem, vem,
infla do vento
o peito a volta
e se às vezes
esvai
Piéra Varin
1 de jun. de 2012
Sóis
O sol brincava no horizonte
E o danado
Na sua idiossincrasia
Como um pássaro
Quando quebra o ar
Saltou
Imenso
Pelo canto esquerdo
Da janela.
5 de mar. de 2012
O vento
Pousava nos galhos das arvores, o vento. Ele vem dos altos trópicos, sorrateiro, criado em regiões de alta pressão, pressentida até mesmo pelo coração. O vento mostra para aquele homem que nenhuma ilusão deve preceder a realidade, pois, pare ele, os sóis luminosos já se apagaram. Na vida dele não cabe mais o destino, ele está esgotado pelas experiências. Ele parece um grande lago congelado após um rigoroso inverno. Ele é profundo. Canta às vezes, todos os sábados. Gosta de Jazz e do seu trabalho. Vai de carro ao mercado, pois o frio impede caminhadas de mais de cinco minutos. Acredita em horizontes e prefere os verões. Cabe-lhe o sagrado, uma das heranças da família. Gosta de escrever cartas e leva uma lua crescente no coração.
21 de fev. de 2012
Verdade
18 de fev. de 2012
Ateu
Um velho ateu
Um bêbado cantor
Poeta
Na madrugada
Cantava esta canção seresta
Se eu fosse Deus
A vida bem que melhorava
Se eu fosse Deus
Daria aos que não tem nada
E toda janela fechava
Pros versos que aquele poeta cantava
Talvez por medo das palavras
De um velho de mãos desarmadas
18 de jan. de 2012
Solstício
Bem sucedidas são as almas do de repente, suscetíveis aos ventos setentrionais, que estão suspensas sem fim, como um barco que é sustentado pelas águas do mar. Soa lá fora o agora que já se foi, e um feixe de sol suspira sobre a superfície da pele a ensinuar que o acaso sacia nossa sede. E o despertar do dia suspende o mistério a esclarecer que o tempo e a vida se encarregam de acalmar o corpo, enquanto que o destino sopra o mar e o barco para longe.
11 de jan. de 2012
Dos Pampas
feche a porta, esqueça o barulho
feche os olhos, tome ar: é hora do mergulho
eu sou moço, seu moço, e o poço não é tão fundo
super-homem não supera a superfície
nós mortais viemos do fundo
eu sou velho, meu velho, tão velho quanto o mundo
Engenheiros do Hawaii