13 de nov. de 2012

Hoya Shepherdii


No coração hospedava uma espécie rara de trepadeira, que não se fixava fácil. A trepadeira era mais indicada para o uso vertical, por meio, talvez, e se me lembro bem, de ventosas. Tentou aderir às superfícies, ainda inibida pela solidão que tudo que é  novo traz, e foi se espalhando, como se espalham os ventos violentos no sertão.  Feito a ressaca do mar. Se enveredou, com nada nas mãos, com mil horas num dia, mil as formas de se viver.  E se refazia, conhecia, tateava cada centímetro daquilo que agora estava dentro, in. E era bom, como um samba de Vinícius de Moraes, e pelo que há dentro, no fundo em nosso ser, acordo pensando que a trepadeira, na verdade,  era um simples abraço seu.


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