Drawing hands - Escher
A essa altura da evolução da humanidade, em que máquinas complicadas são utilizadas para as necessidades mais simples, onde não é preciso estômago para fazer a digestão, os homens são criados em laboratórios.
O pai uma macromolécula, a mãe um tubo de ensaio. Sem amor, ternura ou desejo sexual criam-se um produto e em nove minutos, rompendo com o mito da criação, podem-se escolher os melhores modelos: olhos azuis, cabelos claros, corpo bem desenhado, advogado, etc. Medido e aprovado. Sem, no entanto, a humanidade atingir um nível razoável de cultura e os homens ainda se matando como percevejos.
Chateados com a Terra eles criam foguetes e cápsulas para chegarem à Lua. Descem cautelosos na Lua, pisam na Lua, experimentam a Lua, colonizam a Lua, civilizam a Lua, humanizam a Lua. Agora tão igual à Terra, eles ordenam a suas máquinas: vamos a Marte. Os homens chegam em Marte e pisam, experimentam, colonizam, civilizam, humanizam Marte. Eles pensam: marte humanizado, mas que lugar quadrado. Ordenam de novo: vamos para Vênus. Fazem do espaço todo a Terra, até não restar nenhum sistema fora do solar a ser humanizado, acabam-se todos.
Texto baseado nos seguintes poemas de Carlos Drummond: Os Homens, as Viagens; O Sobrevivente e O Novo Homen.
Que bom Bruno! Vejo que aqui surgirá grandes temas e abordados de maneira humanizada. É o que precisamos.
ResponderExcluirpq sempre que passo aqui tenho que ler isso?
ResponderExcluirE Eu li denovo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirE li muito mais!
Caracas Bruno...ler por aqui me emociona.