Em qualquer conversa corriqueira, sejam nos
e-mails trocados com amigos distantes ou até na intimidade de uma mesa de
bar, sempre está presente o mais que
famigerado tema do amor. A necessidade
de ter um amor-para-todo-o-sempre, daqueles que nunca vêm ou daqueles
que parecem nos virar de ponta cabeça e nos deixam noites sem dormir, parece a solução exata para uma vida plena. No entanto, a contemplação é
sempre maior que a satisfação. Se o tem,
queixa-o, do contrário, necessita-o. Além
disso, no primeiro deslize dessa-coisa-toda-minha que ninguém mais pode ter, o
amor se espatifa em pedacinhos pelo chão. O que era como uma muralha,
invencível por qualquer tormenta, vai abaixo como peças de um dominó, sem nem
sequer a chance de uma segunda rodada ou prorrogação. Para o amor romântico,
sim, ele é um tipo de amor, existem muitos outros, sem tantas idealizações que
estão além, muito além, de qualquer bom partido que um dia você encontrar, é cartão vermelho sem opção de reclamação. E na
tentativa de fugir da solidão, como se pudéssemos, muitos desses amores vêm com
uma vida frustrada, tanto nos desejos sexuais quanto nas possibilidades de viver.
A Física nos ensina que dentre os infinitos caminhos que a luz pode seguir de um ponto A até um ponto B, a danada escolhe aquele em que ela leva o menor tempo entre esses mesmos pontos, A e B. É o Princípio da mínima ação. Como a luz, na sua preguiçosa e sossegada escolha, muitos de nós seguimos trajetórias pré-determinas pelo indivíduo sociedade. Sedados, tradicionalmente, seguimos. Neste caso, seria o Princípio da máxima acomodação, que nos dá o homem ideal, adaptável, que num mimetismo reproduz costumes e tradições, buscando a ilusória estabilidade. E, claro, vem os filhos, o mais novo objeto de aquisição, herdeiros de nossos legados e também de nossas decepções. Filhos podem ser a renovação, mas também podem ser expectativas desleais. O cinema não nos deixa mentir. A vida não nos deixa enganar. Ou, eles, os filhos, sejam réplicas idênticas (um crime!) ou haja saliva e sessões num divã para convencê-los das idiossincrasias familiares, como se eles, os pais, fossem os guardiões da maralidade. Não quero dizer que quem escolha uma vida em família não seja feliz. O que vejo é apenas um despreparo, grande, nosso. Não nos unimos como complementos, mas como soluções. Um para o outro. E no outro, nós não moramos.
A Física nos ensina que dentre os infinitos caminhos que a luz pode seguir de um ponto A até um ponto B, a danada escolhe aquele em que ela leva o menor tempo entre esses mesmos pontos, A e B. É o Princípio da mínima ação. Como a luz, na sua preguiçosa e sossegada escolha, muitos de nós seguimos trajetórias pré-determinas pelo indivíduo sociedade. Sedados, tradicionalmente, seguimos. Neste caso, seria o Princípio da máxima acomodação, que nos dá o homem ideal, adaptável, que num mimetismo reproduz costumes e tradições, buscando a ilusória estabilidade. E, claro, vem os filhos, o mais novo objeto de aquisição, herdeiros de nossos legados e também de nossas decepções. Filhos podem ser a renovação, mas também podem ser expectativas desleais. O cinema não nos deixa mentir. A vida não nos deixa enganar. Ou, eles, os filhos, sejam réplicas idênticas (um crime!) ou haja saliva e sessões num divã para convencê-los das idiossincrasias familiares, como se eles, os pais, fossem os guardiões da maralidade. Não quero dizer que quem escolha uma vida em família não seja feliz. O que vejo é apenas um despreparo, grande, nosso. Não nos unimos como complementos, mas como soluções. Um para o outro. E no outro, nós não moramos.
Além do mais, nós estamos longe
de amar. Dessa virtude não sofremos. Não existe amor nas relações amorosas, de um para o outro, unívoco, injetor,
o que existe é a busca do autoconsolo e
da nossa satisfação e proteção, o que pode ser feio, exigente e, no fundo, infeliz. Por
conseguinte, quando procuramos um amor, procuramos acalmar nossas tormentas de
maneira mais suja e covarde, como se o outro fosse um oásis no meio do deserto,
e o encontramos, no momento exato para saciar nossa sede. E, ainda assim, nessa
secura de tudo, esperamos ser felizes. Pobre
de nós.