No segundo dia (um dia muito mais Romântico) começaram a divagar sobre como o mundo era um lugar incrível de se estar e como essa experiência que chamavam de Vida podia ser unitariamente valiosa. E como os seres humanos foram geniais ao aproveitarem um desses intervalos entre explosão e contração de matéria para inventar aquilo que chamariam de Humanidade. Sobre como as pessoas podiam se tornar experiências inacreditáveis de descoberta e relacionamentos, e de como a mente humana era capaz de se sustentar e se desenvolver a ponto de produzir o que chamariam mais tarde de Sentimento. Estavam apaixonados pela vida. E felizes por poderem fazer parte dela.
Olharam para o lado e viram a lista de e-mails não lidos e de afazeres não resolvidos de um dia corrido de trabalho. A conclusão à que chegaram, então, é que tudo ali era tão relativo e tão ridiculamente banal que poderia ser facilmente substituído - por outros afazeres, por outros e-mails, por outras rotinas. Mas não por outra paixão. Sabiam que, no fundo, aquelas poucas palavras sonhadoras que haviam trocado em meio a uma turbulenta tarde de trabalho entregavam à Vida maior sentido, aos Sentimentos maior verdade e à Alma maior nobreza, afinal.
Fabrício Teixeira
"A imaginação é mais importante que o conhecimento." (Albert Einstein)
ResponderExcluirDe generoso tornou-se grandioso!